quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Belo Monte.

Olá,

Não sei se essa é uma discussão que interessa a muitos, porém considero de extrema importância e creio que não podemos ficar alheios as discussões.
Hoje de manhã antes de sair para o trabalho eu estava ouvindo o Jornal Bom Dia Brasil onde se falava sobre a licença que o Ibama concedeu à Empresa Norte Energia para a instalação do canteiro de obras para a construção da Usina de Belo Monte.
Para os que não sabem, acho que poucos sabem disso, minha especialização foi na área de Educação Indígena e na época pouco ouvi falar sobre a construção da Usina, mesmo porque o processo estava parado naquele período, entretanto os professores, indigenistas e colegas de curso com maiores conhecimentos na área criticavam duramente a construção da Usina. Bom até aí nada de novo, é a declaração de um indigenista contra a de alguns economistas. Uns defendendo os direitos de um povo e outros a "economia do país". Porém, na matéria que assiste pela manhã no Bom Dia Brasil, a comentarista Mirian Leitão colocou que até mesmo muitos economistas são contra a construção da Usina, um projeto de auto custo e que de acordo com os estudos climáticos não poderá gerar toda a energia prometida, uma vez que as previsões propõem uma diminuição substâncial nas chuvas para aquela região. 



Além disso outros economistas defendem que esse valor em dinheiro poderia ser investido em outras formas de energias renováveis e limpas.
Fora as questões econômicas Belo Monte ocuparia grande parte do Parque Indígena no Xingú, onde atualmente, vivem aproximadamente, 5.500 índios de quatorze etnias diferentes pertencentes às quatro grandes famílias lingüísticas indígenas do Brasil: caribe, aruaque, macro-tupi e macro-jê. Centros de estudo, inclusive a UNESCO, consideram essa área como sendo o mais belo mosaico linguístico puro do país. As tribos que vivem na região são: Kuikuro, Kalapálo, Nahukuá, Matipú, Txikão (Ikpeng) (todos de tronco carib), Mehináku, Waurá, Yawalapití (tronco Aruak), Awetí, Kamaiurá, Juruna, Kayabí (tronco tupi-guarani), Trumãi (língua isolada), Suiá (tronco Jê), mais informações aqui.

Realizado entre 20 e 25 de fevereiro de 1989, em Altamira (PA), o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, reuniu três mil pessoas - 650 eram índios - que bradaram ao Brasil e ao mundo seu descontentamento com a política de construção de barragens no Rio Xingu. A primeira, de um complexo de cinco hidrelétricas planejadas pela Eletronorte, seria Kararaô, mais tarde rebatizada Belo Monte. De acordo com o cacique Paulinho Paiakan, líder kaiapó e organizador do evento ao lado de outras lideranças como Raoni, Ailton Krenak e Marcos Terena, (grifo meu)a manifestação pretendia colocar um ponto final às decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios. Tratava-se de um protesto claro contra a construção de hidrelétricas na região. 

Gostaria de citar aqui que alguns desses nomes (Os grifados por mim) são colaboradores do MEC (Instituição do Governo) nos materiais enviados as escolas e que buscam incentivar os educandos no respeito as culturas indígenas e ao reconhecerem destas como comunidades nativas brasileiras. Um orgão do mesmo governo que agora usa o PAC como pano de fundo para construir uma Usina ineficiente energeticamente e fadada ao fracasso.
O II Encontro dos Povos Indígenas do Xingu aconteceu em 2008 e deste encontro ficou marcada a imagem do da indígena kaiapó Tuíra, que tocou com a lâmina de seu facão o rosto do então diretor da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes.

Pois bem, as comunidades indígenas já avisaram que vai haver conflito se insistirem com a Usina de Belo Monte. Mas, tudo bem é só caprichar na edição depois.
Sem contar que temos aqui bem pertinho a experiência (em Ibirima) do Povo Xokleng/Laklaño que por conta da Usina que cerca suas terras, não possuem meios de subsistência.
Acho que podemos buscar outras alternativas que não a construção desta Usina.




Pense nisso e se for da sua vontade fale aos outros.

Kati

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